A menina da neve - Eowyn Ivey
Autora: Eowyn Ivey
Editora: Novo Conceito
Páginas: 348
Ano da publicação: 2015
Personagens principais: Jack, Mabel, Faina.
Personagens secundários: Garret, Esther, George.
Alasca, 1920: um lugar especialmente difícil para os recém-chegados Jack e Mabel. Sem filhos, eles estão se afastando um do outro cada vez mais – ele, no duro trabalho da fazenda, ela, se perdendo na solidão e no desespero. Em um dos raros momentos juntos durante a primeira nevasca da temporada, eles fazem uma criança de neve. Na manhã seguinte, ela simplesmente desaparece.
Jack e Mabel avistam uma menina loira correndo por entre as árvores, mas a criança não é comum. Ela caça com uma raposa-vermelha ao lado e, de alguma forma, consegue sobreviver sozinha no rigoroso inverno do Alasca.
Enquanto o casal se esforça para entendê-la – uma criança que poderia ter saído das páginas de um conto de fadas -, eles começam a amá-la como se ela fosse filha deles. No entanto, nesse lugar bonito e sombrio, as coisas raramente são como aparentam ser, e o que aprendem sobre essa misteriosa menina vai transformar a vida de todos eles.
Confesso que eu já estava a fim desse livro há algum tempo, até que o ganhei de presente. Eu gostei da capa, e fiquei curiosa pela história.
Por obra do destino, Jack e Mabel não puderam ter filhos. Para tentar a sorte – e ficar longe dos olhares de pena dos amigos -, o casal se muda para o Alasca. Apesar do frio e da dificuldade que encontram para cultivar o solo, Mabel encontra uma amiga com quem conversar e Jack recebe ajuda de George e seus filhos para arar e semear.
Um dia, Jack e Mabel fazem um boneco de neve, com cachecol e cabelos. No dia seguinte, o boneco sumiu, mas uma garota loira e misteriosa aparece rondando a fazenda.
Faina, a menina, é acompanhada de uma raposa-vermelha. O casal e a garota logo se conhecem, criando um laço familiar necessário para todos. À medida que o tempo passa, Faina aparece mais vezes, Mabel não se sente mais só e Jack consegue cultivar algo.
A história é incrível, com reviravoltas inimagináveis e dramas familiares que poderiam acontecer nos dias atuais. A dor de um casal que deseja mas não pode ter uma criança, o desespero do fazendeiro em não conseguir plantar e cultivar o necessário para a sobrevivência, a solidão de uma mulher encarregada de cuidar apenas do lar. Tudo isso, somado aos eventos dos anos 1920, cria uma atmosfera envolvente para a história.
Apesar de eu querer socar o Jack por sua insensibilidade, também quero chacoalhar a Mabel por sua incessante busca por um filho que não pode ter, o que a faz se isolar do mundo. E tem a Faina, que até agora permanece um mistério para mim.
Eu levei esse livro para viajar, e acabei lendo ele em poucas horas. A escrita é fácil, rápida, e quando você vê, já passou da metade. A cada capítulo, você começa a ansiar por saber mais de Faina, mas também quer descobrir o passado de Jack e Mabel. E não se decepciona.
“- Vamos fazer um boneco de neve.
- O quê?
- Um boneco de neve. É perfeito. Neve perfeita para um boneco de neve.
(...)
– Uma menina. Vamos fazer uma menininha.”